O que cá se escreve não é para ser levado a sério!!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Let the sky be always blue... por: Mestre Perverso

Crónicas do Antro - VII

por: Mestre Perverso

Olá jujús e jujulinas! Ora cá estamos, depois de um feriado que veio mesmo a calhar, tanto mais que estiquei e deu um fim de semana prolongado; já se sabe como é: quem pode, pode, e há que aproveitar porque nunca se sabe... Nada como uma pausazita para retemperar energias, preguiçar e fazer uns grelhados a aproveitar o tempo excelente que tem feito. Mas, como tudo o que é bom acaba depressa, eis-nos aqui. Siga, Freitas!

O processo eleitoral para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional vai de mal a pior. De facto, quando há gajos desta terra metidos ao barulho, o mais certo é que a coisa dê para o torto. Pelo andar da carruagem, tão cedo não há eleições, e o mais certo é que passemos a ter um pântano ainda mais estagnado. Como se não bastasse que o futebol andasse como anda, ainda temos que gramar com isto... Adiante...

Eu até ia para escrever sobre um assunto completamente diferente, mas uma noticiazeca que deu à costa fez-me mudar o tema a abordar. De facto, parece que duas avitréculas com ar mal amanhado aproveitaram o dia de ontem, 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e, julgando estar a comemorar o "Dia da Raça" como era antigamente designado, toca a (re)apresentar o PNR, Partido Nacional Renovador (também conhecido na sociedade em geral por "Partido dos Nazis Retardados"), e isto numa iniciativazeca ali junto à Sé. Mais uma prova de que o serviço de limpeza camarário está a funcionar mal, já que permite a conspurcação de zonas nobres da cidade com lixo. Ai Idalina, Idalina, tu vê se atinas, rapariga...

                                                  


Ora dizem as tais avitréculas, apresentando-se de sorriso ameno (às tantas, o tipo de sorriso que deve ser provocado pela inserção de bastões de baseball em sítios recônditos da anatomia humana), que o PNR é "um partido de ética e responsabilidade e que defende principalmente os portugueses e luta por causas. Pois... Já estamos a ver quais... E depois apontam baterias aos "chineses e indianos" (onde é que eu já ouvi isto? onde...?), culpando-os pelas insolvências dos PME's locais, para terminarem dizendo que o PNR "luta pelos mais velhos" (alguém tem que lhes dizer que Hitler, Mussolini, Salazar e Franco já morreram... não precisam de mais ajuda que aquela que lhes deram).

Tretas! É que não passa disso mesmo! Como é que pessoas sãs de espírito ainda podem perder tempo com tontices cuspidas por quem defende a xenofobia, o extremismo, o saudosismo bacôco e a demagogia cripto-fascista no seu estado mais puro?

Estes querem mudar o País à custa de arame farpado, de fronteiras fechadas, da exploração, da segregação, da discriminação. Aproveitam-se do desespero, da passividade e da falta de motivação das populações para tentarem vender ilusões que, tendo a necessária base de apoio, podem tornar-se perigosos pesadelos. Já sabemos o que está a acontecer na Hungria e na Grécia, e daqui a uns tempos poderá ser uma realidade em França e no Reino Unido.

O PNR pôs de fora o seu focinhito e snifou o ar pestilento que percorre a Europa, o fedor nauseabundo que se desprende dos túmulos que agora se entreabrem e onde estavam trancados os cadáveres apodrecidos do Fascismo, e quer a sua parte de protagonismo, aqui neste cantinho à beira-mar plantado. Qual víbora, vai-se insinuando junto das pessoas; finge compreender-lhes a desilusão e o pessimismo; simula conforto; destila o veneno do saudosismo temperado com hipocrisia e o ódio ao outro, ao estrangeiro, ao de fora, ao diferente; resgata a cantilena estafada de "Deus, Pátria e Família" (ah!, e aquele "Que Deus abençoe Portugal, Madeira e Açores" fica-lhes mesmo a matar... um must! não se esqueçam depois de cantar a "Mãe Querida"); apresenta soluções fáceis, demasiado fáceis (lembram-se do que acontece quando se apregoa a facilidade? Exacto, dá m*rda). Na Alemanha dos anos 20 do século passado, também era assim, com uns palhacinhos que marchavam em passo de ganso, de camisas castanhas... e depois deu no que deu.
Só falta oferecerem pão e sopa, porque circo já dão e de sobra.

O meu país teve quase 50 anos de ditadura, uma ditadura que nos deixou isolados, empobrecidos, embrutecidos, iludidos por uma grandeza pluricontinental que não podíamos manter sem fazer tabula rasa dos direitos dos outros povos. Uma ditadura que perseguiu, ostracizou, prendeu, torturou e matou quem ousava lutar contra ela. E em nomes desses que sofreram, não podemos ficar quietos, impávidos e serenos, perante o surgimento destes fenómenozecos extremistas e encará-los de ânimo leve, como uma moda passageira. Já aturámos muitas m*erdinhas deste género. A apologia de certas e determinadas doutrinas deve merecer, da parte da sociedade, o absoluto repúdio e um combate sem tréguas até à sua completa extinção.
Daqui não passarão!



                                

Cordiais saudações do Vosso

Mestre Perverso

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