Crónicas do Antro 2/II
Por:Mestre Perverso
Uns bananos a modos...
Tudo em cima, rapaziada? Ora assim é que se quer, assim é que se gosta, e oxalá assim se mantenha.
E então, fim-de-semana à porta, hã? Seus gabirus, querem é andar no laréu... E não vos censuro; há que aproveitar.
Temos agora a Festa da Flor, mais uns dias de movimento com as ruas cheias de muita cor e muita animação. É certo que não teremos maminhas e rabinhos por aí a se saracotearem nos desfiles, que isto da Festa da Flor é algo assim mais recatado, mais familiar, mas ouvi dizer que pelo menos uma carroceira vai no cortejo... Enfim, andam uns pais a criarem uma filha para depois só a verem no canal 12 da NOS ou nos directos da TVI, sempre a arrotar o que comeu ao almoço.
Disse-me um passarinho que a minha crónica de regresso deixou muitas alminhas revoltadas e indignadas como a forma como designo Luaty Beirão e sus muchachos, e como aparento defender o regime e as instituições de Angola. Para quem se chocou, duas informações:
1.ª- Mantenho os epítetos com os quais nomeei Luaty Beirão e os restantes comparsas, e só não fui mais duro porque isto é um blog decente, e respeitinho é bom e recomenda-se;
2.ª- Eu não estava a aparentar defender Angola; eu defendo mesmo Angola enquanto nação soberana, livre e independente, governada por órgãos democraticamente eleitos pelo seu Povo.
Andou tudo em rebuliço com a recente saga do João Soares e das suas prometidas "salutares bofetadas".
Para ser franco, o João Soares é daquelas pessoas com "quem até nem vou à bola"; dispenso bem o tipo, nunca lhe reconheci grande importância, e confesso que a sua indicação para Ministro da Cultura deixou-me deveras surpreendido, pois certamente não faltariam a Costa outras pessoas, certamente mais capazes, para ocupar cargo ministerial de um sector de grande relevância como é o da Cultura, ultimamente relegado para segundo plano (mas enfim, da canalha neoliberal da parelha PSD/CDS não se pode esperar que consigam reconhecer o valor que é devido à Cultura e a sua importância para o País).
Mas, neste caso concreto das tais trocas de mimos com certos colunistas, até achei graça à ameaça, e atrevo-me mesmo a subscrevê-la. É que, caso não tenham ainda reparado, pulula pela Comunicação Social um conjunto de criaturas que se acham geniais opinion-makers e que então, vai daí, deitam a pata ao espaço de que dispõem para tecerem considerações sobre tudo e mais alguma coisa, na maior parte das vezes obedecendo a uma qualquer agenda pré-definida que, nem sempre no sentido do proveito proveito, acaba, quase sempre por beneficiar interesses e personalidades, torpedeando de forma inadmissível valores essenciais como a isenção e a verdade. Colunistas, comentadores/comentaristas, e até mesmo jornalistas.
Sim, isso mesmo, leram bem, jornalistas... mas estes de uma forma mais velada, porém, igualmente eficaz, na procura da intoxicação e da deturpação da verdade, substituindo-a por uma versão dos factos que é claramente facciosa e tendenciosa. Desde editoriais mesquinhos a peças jornalísticas e reportagens habilmente montadas de forma a deixar passar apenas o que interessa (a uns, mas não a todos), essa corja de maus jornalistas, que tanto gosta de se indignar contra os atropelos à liberdade de expressão por esse mundo fora e contra as pressões e isto e aquilo, e que, por tudo e por nada, lá vão buscar a lengalenga da ética e do profissionalismo (tretas naquelas bocas, mas enfim...).
Sejamos francos: nem todos os jornalistas são maus profissionais. Existem bons jornalistas, verdadeiros profissionais da Informação, que sabem pautar o seu trabalho por padrões essenciais à actividade jornalística. Mas, infelizmente, são uma minoria, porque o que mais há nessa classe é, precisamente, gente sem classe, que faz tabula rasa da liberdade de expressão e de informação, preferindo, isso sim, a "libertinagem de expressão", amofinando-se logo quando alguém lhes chama a atenção.
Mas deixemos estes bandalhos, que serão objecto de consideração em futuras crónicas...
Claro está que no caso de João Soares, a tal "chamada de atenção" é caracterizada por dois aspectos cruciais: é referida a intenção de dar umas bofetadas (não sei se figurativas ou no seu sentido literal, de deixar a cara à banda), logo há um recurso a um acto de violência (ainda que justificada...); e quem profere tais declarações é uma figura pública com responsabilidades governativas. Noutros tempos, bastaria uma luva branca, um par de testemunhas e um duelo ao amanhecer. Mas isso era antigamente, que agora a coisa fia mais fina e certos usos e costumes deixaram de merecer a devida atenção e consideração.
Nos nossos dias, tudo se sabe, tudo se comenta. Ou seja, se João Soares quisesse mesmo a coisa bem feita e sem se comprometer, tinha era feito a coisa de forma discreta e cavalheiresca... sei lá, assim do género uma rasteira no cimo de uma escadaria alta e íngreme, por exemplo.
Por isso, compreendo perfeitamente a situação do agora demissionário João Soares. E aqui entre nós, lá que apetece dar umas bolachadas nessa gente, lá isso apetece.
Bolachadas também é o que merece a mentecapta da Joana Vasconcelos, com aquela tirada absolutamente ridícula sobre o que leveria na mochila, caso fosse refugiada. Porra, Joana! A sério???
No teu caso, rapariga, só mesmo de mão fechada...
Cordiais chibatadas do Vosso
Mestre Perverso
https://www.youtube.com/watch?v=pnLLXGjzGNw
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