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sábado, 30 de abril de 2016

Nunca mais repressão na Madeira!

Olá meus fôfos!
Hoje, sábado (sábado, glorioso sábado!), como de costume vou até a baixa e tomo o meu pequeno-almoço numa esplanada, comodamente... sem filhos, sem marido, sem cão e sem sogra. Ai amigos!, é o momento alto da minha semana. Nunca o fizeram? Aconselho vivamente! É renascer! É como uma injecção de adrenalina directamente no coração. Tudo e todos parecem acontecer e movimentar-se mais devagar enquanto saboreio aqueles momentos de verdadeira paz e pura tranquilidade. Quando for rica, todos os dias serão sábados para mim...
Mas hoje fui interrompida no meu momento Zen por um querido que me veio contar uma bilhardice, e das gostosas, sumarentas, suculentas, assim a pingar, e que eu não resisto a partilhar convosco, nem tanto pelo facto de ser bilhardice, mas pelos valores contra os quais os actos que me foram descritos ao ouvido atentam.

Ontem houve a re-inauguração do Hotel Baía Azul e contou com um mestre de cerimónias para organizar tudo como manda o protocolo; coisa chique, como se vê. E entre tchim-tchim e essas coisas do costume nestas andanças de gente graúda e fina, estavam programados três discursos com a seguinte ordem: primeiro, o Presidente do Conselho de Administração do Grupo Cardoso, Filipe Bazenga Marques; segundo, o Presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafofô; e por fim o Secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus (dos trabalhadores nem sinal, mas também já se sabe: o que é que o delegado sindical ia dizer? que ganham mal? que são explorados? que a vida está mal, mas, ainda assim, os patrões lucram, lucram, lucram como nunca lucraram?). So far, so good! Tudo parecia estar a correr bem e sem grande coisa a assinalar.

Sucede que no fim do discurso do Administrador Bazenga Marques, o Eduardo Jesus, com aquele sorrisinho de fuinha, finta o protocolo, vai ligeirinho qual gazela na savana africana, alapa-se literalmente ao palanque e vai de começar a discursar, deixando a sala inteira boquiaberta, já que todos estavam à espera que fosse outra pessoa a falar aos presentes... e no fim mais espantados e confusos ficaram quando ainda diz "e pronto, já acabou", mais ou menos como o Bugs Bunny... that's all, folks!; ou seja, "vá, está tudo dito, podem ir para casa ou para um quarto, desandem, não há mais nada para ouvir". E acabou mesmo! E o Cafofô nem discursou...

Meus amigos, estou revoltada! Sim, revoltada... zangada, escandalizada, indignada... porque, aparentemente, não é a primeira vez que existem situações destas, estes "pequenos desentendimentos" entre a Câmara Municipal do Funchal e o Governo Regional.  Eu posso não ter votado no Cafofô, posso não gostar da Coligação Cagança, posso não ter nenhuma simpatia pelo Albuquerque e pela sua governação (ai Sérgio... se fosses tu, como tudo seria tão diferente...). Mas tenho o dever de RESPEITAR A DECISÃO do Povo que lhes deu legitimidade governativa, tenho o dever de RESPEITAR A DEMOCRACIA e, sobretudo, RESPEITAR O DIREITO de cada um para se poder expressar livremente. 

Passamos muitos anos na Madeira em que toda a gente tinha medo de falar sobre política e esse medo, infelizmente, ainda não desapareceu completamente. É de lamentar que, tantos anos depois do 25 de Abril de 1974, estes coletes de forças invisíveis ainda estejam enraizados. 

Veio Albuquerque com o seu lema de Renovação, e foi de tal forma convincente que até quem não é adepto daquele grupo espera seriamente que se respire liberdade na Madeira.

Por isso, é bom que as instituições comecem a respeitar-se e entender-se como adultos porque o tempo da velha senhora já acabou há muito tempo... já lá vão 42 anos, acabadinhos de celebrar.

E tu meu querido Cafofô, sei que temos uma relação muito complicada, muito conturbada, muito extremada... mas desta vez, e sempre que se tratar de te cortarem o pio quando tens direito a botar faladura (mesmo que seja para debitares baboseiradas e lamechices), sempre que sofras de bullying institucional, estarei aqui para defender-te e apoiar-te. Mas veste as calças e NUNCA mais deixes que situações destas te aconteçam. Ou será que não os tens no sítio para te impores???



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