Crónicas do Antro - XI
por: Mestre Perverso
por: Mestre Perverso
Enquanto isso, na
poeira arenosa...
Olarecas!
E como vamos nós, caros leitores ávidos por novidades neste humilde recanto da
blogosfera? Respirem ar de qualidade e não se esqueçam: mastiguem cada garfada
pelo menos 30 vezes antes de engolir.
Se
alguém tiver bilhetes para o combate de boxe Iglésias vs. Castanha que avise, pois será uma cena de
truz... Daqui a uns anos, a pergunta essencial será"onde
estavas quando foram anunciados os resultados da corrida à concelhia do Funchal
do Partido Xuxialista?".
Dolores
Aveiro, essa verdadeira xuxialite, a encarnação de uma progenitora de valor (calma... estou a
ser irónico), a mulher comum que surge à figura de uma Mãe do Reich, que deu à
luz essa maravilha coxa que é o tão aclamado "melhor do Mundo" (viu-se...
vai mas é trabalhar, meu mandraço! g'anda calaceiro...), lá lançou um livro,
livro esse que, repare-se, não é da sua autoria, mas que fala sobre ela. Como
observou a Maria Vieira, "não sei para onde ela o lançou e, deixem-me que
vos diga, também não me interessa". Ora bem...
Eu
sei, eu sei: hoje em dia, qualquer um(a) lança um livro... e este não é exemplo para ninguém. Vão por mim e comprem
antes um Hiper Disney de 600 páginas e um pacote XXL de
papel higiénico. É dinheiro muito melhor empregue.
Além
disso, ó Dolores, dar um título daqueles ao teu panfleto... Porra!!! Não achas
que é abuso? Ganha mas é juízo e vai lá cuidar do netinho, vá.
E o
Rocha lá continua internado, coitadinho, muito combalido;
parece que já se mexe, vai ao corredor e isso, mas pouco mais. Falar, nem
pensar. Assim como assim, também não se perde nada.
Anda
com uma restrição nas visitas que só visto; é que nem o Pinochet tinha tanta
limitação. Só família mais chegada, e dois ou três gabirus do PTP (o burro, a
vaca e o coelho). Dizem as más línguas que isto foi ideia (e imposição) do
actual manda-chuva do chiqueiro.
E eis
que agora abrimos o espaço ao diálogo:
-
Vocês: O Coelho?
- Eu: Não,
minhas suaves gotas de orvalho numa manhã de Verão nos Alpes suíços, que esse é
o bôbo da festa... é um esquema do abjecto Quintino.
-
Vocês (com ar confuso): Do Quintino? Do artista madeirense?
- Eu
(com os óculos na ponta do nariz): Não, desse não... do outro, do criador de pássaros. Mas é
engraçado que o refiram, porque a diferença é pouca; aliás, quando ambos abrem
a boca, só sai merda.
-
Vocês: Mas porquê?
- Eu: Porquê
o quê? Porque é que quando os dois abrem a boca, só sai merda?
-
Vocês: Não, isso já nós sabemos: infâncias infelizes, porrada em
pequenos, um historial de abusos, baixa auto-estima, falta de objectivos
concretos na vida, etc., etc., etc.. Porquê essas restrições nas visitas?
- Eu: Porque
a cúpula do chiqueiro teme um atentado à vida do coitadinho do Rocha.
-
Vocês: Mas porque é que a cúpula do chiqueiro teme um atentado à
vida do coitadinho do Rocha? O fulano é um pobre de espírito que nem faz mal a
um mosquito do dengue, quanto mais a uma mosca.
- Eu: Primeiro,
porque a cúpula do chiqueiro é mais tonta que um pneu furado; segundo, porque o
Quintino bate mal da cabeça, vê tretas em todo o lado que não lembram a
ninguém e tem três manias peculiares: a mania de que é alguém na vida, a
mania da perseguição, e a mania que é actor de teatro, e quanto
a isso já se sabe: mesmo não sendo actor, ainda assim ficam-lhe os tiques;
e terceiro, o Rocha indo desta para melhor, tem que ascender o próximo da lista
ao lugar na Assembleia.
- Vocês: Mas quem poderia levar a cabo tal atentado contra o Rocha?
- Eu: A
Nau sem Rumo, o Clube de Bilderberg ou uma facção sinistra do Sindicato
Nacional dos Palhaços para ver a Assembleia descambar num circo ainda maior do
que já é.
-
Vocês: Ahhhhhhhhhhhhhh... Mas a quarta na lista não é uma coitadinha
qualquer que pode ser facilmente manobrada pela cúpula do chiqueiro, logo seria
dócil e mansinha que nem uma cordeirinha?
- Eu: Isso era dantes; a criatura
renunciou. Por isso, o próximo na linha de sucessão ao lugar é o Gaudêncio, um
fulano que não sabe dizer três vezes batata, que tem a subtileza de um elefante
numa loja de porcelanas finas no que toca ao trato com a cúpula do chiqueiro (e
com o resto das pessoas) e que já está farto de ser enganado por eles.
-
Vocês: Ahhhhhhhhhhhhhh... Mas e quanto às faltas ao plenário?
- Eu: O
atestado médico não vai durar para sempre, é certo, e o Miguel Mendonça vai
começar a desconfiar de tanta actividade do Rocha no exterior, especialmente se
não aparecer nenhuma patacoada no DN... Mas como eles são tão dados às modernices,
pode ser que comprem ao Rocha um daqueles computadores como o do Stephen
Hawking para falar, e arranjem maneira do coitado assistir às sessões e
participar por vídeoconferência; até parece que já estou a ver o Miguel
Mendonça a dizer "Sr. Deputado Rocha... Sr. Deputado Rocha! É capaz de
estar quieto? Ah... desculpe, era a senhora enfermeira a trazer-lhe a
arrastadeira... Nesse caso continue, por favor.". Difícil difícil será
mesmo convencer a Presidência da Assembleia a entrar nesse esquema. Mas pronto,
depois de terem entrado naquele arranjinho com o PSD e com o PND, é caso para
dizer que já nada me espanta.
-
Vocês (completamente embevecidos): Oh Mestre Perverso... Vós sois tão refinado e superior nas
análises que processais sobre a actualidade...
- Eu: Pois
sou, não sou? Vá, agora não se babem senão ainda escorregam.
Pronto, e agora que já rimos de forma particularmente cruel dos coitadinhos deste mundo (sim, sou um sacana sádico, e depois?), vamos lá falar de coisas sérias, que nem só de galhofa se faz a vida.
Parece
que um avião comercial despenhou-se lá pelos lados do leste da Ucrânia, ao que
tudo indica abatido por um míssil superfície-ar - para quem não sabe, um míssil
superfície-ar é a versão mais aperfeiçoada da pedra-e-fisga que usávamos quando
éramos putos, para ir aos pardais, um projéctil que, recorrendo a vários tipos
de orientação, e sendo dotado de autopropulsão, é lançado a partir de
plataformas móveis ou fixas na superfície, tendo como alvo aeronaves ou outros
mísseis, e engloba uma vasta gama de modelos que vai desde o pequeno Redeye, de
1,2 metros e 8,3 kgs, que pode ser lançado do ombro, até ao enorme Bomarc, de
14,2 metros e 7 toneladas, com ogiva nuclear... e perguntam vocês "ó
Mestre Perverso, então usam uma bomba atómica para rebentar com um avião?", ao que eu respondo, sempre paciente e cheio de
bondade, "não, meus queridos berlins... a deflagração até pode
limpar uns aviões, é certo, mas nestes casos é mais útil recorrer ao impulso
electromagnético causado pela explosão nuclear, com alcance bem superior ao da
explosão em si, e que afecta a aviónica, e é como se tudo que tenha chips ou
válvulas se desligue... se bem que, assim como assim, hoje em dia já está em
desuso, a menos que os aviões voem em formações, coisa que já não é
aconselhável" - também conhecido por SAM (não, não
confundir com o Sam do "Casablanca"... o filme, e não o night club
ali da Zona Velha; é SAM de Surface to Air Missile). E, sabe-se lá como, anda
tudo (ou quase tudo) em bicos de pés, a apontar o dedo aos rebeldes pró-russos,
quando tanto os russos como os ucranianos têm mísseis do mesmo tipo que,
alegadamente, foi lançado.
Esta
história é uma grande chatice. Primeiro porque um abate de um avião comercial é
sempre de lamentar, morrem inocentes e isso. E depois porque temos aquelas
alminhas que não pescam nada de nada, só a lamentar-se e a entupir-se com
sentimentos; basta ver a reacção das gertrudes, que
ficam logo de olhinhos muito abertos e com a boquinha a abrir e a fechar,
enquanto repetem assim muito afectadas "oh meu Deus!!! que horror! viram isto? coitadinhos...
oh meu Deus!!! que horror! viram isto? coitadinhos... oh meu Deus!!! que
horror! viram isto? coitadinhos...", vezes sem conta. Para já não falar, é claro, das TV's e dos
jornais, que lá arranjam histórias pessoais das vítimas, para "dar uma
dimensão humana à tragédia" dimensão essa que tem, quase sempre (95% dos
casos) um enquadramento tendencioso. Já percebemos que foi uma infeliz
tragédia, escusam de estar sempre a martelar no assunto, está bem?
E
depois temos os impolutos líderes a arrotar sentenças e frases feitas, a apelar
à justiça e essas coisas; neste caso, deu-me gozo ouvir o Cameron, por exemplo,
a dizer que a Europa deve "mostrar os dentes à Rússia". Mas... qual
Europa? E quais dentes? Será engraçado se, por acaso, ficar provado que foram
os ucranianos a abater o avião.
Por
falar nisso, a Ucrânia, ainda nem os destroços tinham caído ao solo, já andava
a alardear que dispunha de provas absolutas de que os culpados haviam sido os
russos. Ora, onde estão essas provas? Já alguém as viu? O Mundo continua à
espera de ver o mentecapto do Arseniy Yatsenyuk, no seu inglês incipiente, a fazer
a habitual figura de parvo.
Mas
afinal o que fazia um avião civil a sobrevoar uma zona de conflito, onde se
sabia existirem SAM's capazes de abater aviões de grande porte e a voar a
grande altitude? Será que o planeamento de rotas não tem olhos na cara? Sejamos
honestos: os culpados não são apenas os que dispararam o míssil; a companhia
aérea (é a Malaysia Airlines...
exacto, essa mesma, a do MH370, que se esfumou no ar e do qual ninguém sabe) e
as entidades nacionais e internacionais ligadas à aviação civil também têm a
sua quota-parte de responsabilidade pelo que aconteceu.
Enquanto
isso, na Faixa de Gaza, Israel anda a fazer o que já é hábito naqueles sítios:
a cometer crimes contra a Humanidade, a bombardear hospitais, escolas, zonas
habitacionais... Uma actuação que tem como ponto de partida umas tais provas
(que ninguém viu nem conhece) que implicam os palestinianos num eventual rapto
e posterior liquidação de 3 jovens israelitas. Hum... como deu tanto jeito, que
os putos tivessem sido mortos...
No
momento em que escrevo estas linhas, o número de mortos palestinianos já
ultrapassou os 600, sendo que a sua esmagadora maioria são civis. É mais do
dobro do total de mortos no abate do avião da Malaysia Airlines.
Só que dos palestinianos ninguém faz reportagens individuais. Quem ia no avião
tinha uma vida, vinha de um sítio, ia em busca de algo, etc.. Muitos brancos,
europeus, alguns "amarelinhos" malaios (para uma composição "United
Colors of Benetton"), e
todos falam deles. Das crianças que morreram no bairro de Shajaya, alguém falou
nas suas curtas vidas?
Sim, o
Hamas lança rockets contra Israel, toda a gente sabe disso... mas se o vosso
vizinho andasse a abusar da vossa paciência e a fazer o que lhe apetecesse no
vosso quintal e na vossa casa, sem que as autoridades competentes tomassem
qualquer atitude para salvaguardar os vossos direitos, vocês iam deixar-se
ficar a assistir, impávidos e serenos?
Pois
é, a poeirenta Faixa de Gaza fica lá longe, subdesenvolvida, esquecida, à mercê
da pata opressora de Israel. E todos nós bem sabemos como fica tão mal criticar
os israelitas, coitadinhos... E depois temos por aí certos chefes de redacção
que, em vez de se preocuparem em promover bom jornalismo, andam a receber bandidagem sionista... Vai mas é trabalhar, Ricardo!
Cordiais saudações do Vosso
Mestre Perverso
2 comentários:
A Dolores com aquelas fuças de madame de cabaré tinha era que estar de bico calado que já mete nojo, e aquela entrevista na RTP então foi de rir até não poder mais. Que vá chulando o filho enquanto pode.
Já que aqui se falou de Israel e como se comportam os israelitas em relação aos outros, o que dizer da forma vergonhosa como está a ser tratado o problema do Cemitério Judaico aqui no Funchal? Há anos que a situação tem vindo a degradar-se, com o encerramento e abandono do espaço ali no Lazareto, com a falta de cuidado e de manutenção e com as sucessivas derrocadas junto ao precipício que dá para o calhau e para o mar, para onde até já caiu não só boa parte do muro de limite mas também várias sepulturas, etc. E vêm cá os embaixadores, vêm cá os rabis, a Câmara Municipal já fez propostas, todas com genuína boa vontade para solucionar o problema, e nada, os hebreus lá colocam sempre entraves, arranjam sempre um senão, ora é por causa disto, ora é por causa daquilo, e o problema não ata nem desata. Então é assim que a comunidade judaica zela pelos seus mortos em "terra estrangeira"? Esteve cá um rabi conhecido por assaltar sepulturas antigas e a embaixadora de Israel, e o que fez o Cafôfo? Engraxou a careca, lavou as dentolas e pôs-se a recebê-los com beijinhos e abraços. Mas pensam que tentou garantir alguma coisa quanto ao futuro do Cemitério Judaico? Nada! Zero! Assim está, assim vai ficar. Já era altura da Câmara ter imposto uma solução, nem que seja pelo respeito e dignidade que os mortos merecem. É uma vergonha aquilo que se passa, mas com a Mudança já estamos habituados a não ter grandes esperanças.
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